Disfunção Miccional Masculina
São problemas relacionados à micção em homens. Esses problemas podem envolver dificuldade em iniciar ou interromper o fluxo urinário, micção frequente, urgência urinária, micção noturna frequente e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.

Hiperplasia Prostática Benigna

A próstata é uma glândula localizada logo abaixo da bexiga, que possui como principal função a produção do sêmen. A hiperplasia prostática benigna (HPB) é a doença mais comum da próstata, sendo extremamente comum em homens idosos.
Isso ocorre, pois com o avançar da idade, este órgão tende a crescer, impossibilitando a saída adequada da urina armazenada na bexiga devido à obstrução.

Quadro clínico e diagnóstico
Tratamento
- Secção transuretral (RTU) da próstata: método mais realizado no Brasil e que apresenta excelentes resultados;
- Enucleação da próstata com laser de holmium ou laser de thulium (HoLEP/ThuLEP): método mais novo e com ótimos resultados;
- Vaporização da próstata (ex: greenlight laser): padrão-ouro para pacientes que não podem interromper o uso de antiagregantes plaquetários (ex: AAS) ou anticoagulantes (ex: xarelto, marevan, lixiana) durante o período pré, intra e pós-operatório.
Para próstatas maiores que 100 – 120g, outras opções também são consideradas, como a adenomectomia (retirada cirúrgica da parte da próstata que obstrui a passagem da urina), que pode ser realizada por via convencional, laparoscópica ou robótica.
Ao término dos procedimentos acima mencionados, o paciente fica utilizando uma sonda vesical de demora com irrigação de soro na bexiga para evitar formação de coágulos. A depender da técnica utilizada, a sonda é retirada no dia seguinte ou após alguns dias da cirurgia.
Para pacientes na quinta ou sexta década de vida, com sintomas miccionais leves a moderados e com próstata de volume não tão alto (até 50 – 60g) e que ainda desejam constituir prole ou desejarem manter o mesmo volume do ejaculado no pós-operatório, uma nova técnica minimamente invasiva chamada urolift pode ser realizada pois, tem a capacidade de evitar a ejaculação retrógrada, porém encontra-se disponível apenas nos principais centros do país.
Após a cirurgia, o paciente necessita de acompanhamento periódico com urologista, para reavaliação clínica e também com exames de controle.

Estenose de Uretra
A uretra é o último órgão pelo qual a urina passa antes de ser exteriorizada, dividindo-se em 4 segmentos: uretra peniana, bulbar, membranosa e prostática. A estenose de uretra é caracterizada pelo estreitamento em alguma porção destes segmentos devido a intensa inflamação e fibrose local, podendo ser única ou múltipla, curta ou longa.
Fatores de risco
As principais causas deste problema são:
- Trauma uretral (ex: após sondagem vesical de demora, queda a cavaleiro, fratura de bacia);
- Uretrites por doenças sexualmente transmissíveis (ex: gonorreia ou uretrite por clamídia);
- Após manipulação cirúrgica (ex: pós-operatório de prostatectomia radical, RTU de próstata e de cirurgia para retirada de cálculos);
- Líquen escleroso;
- Radioterapia pélvica (ex: para tratamento do câncer de próstata).


Quadro clínico e diagnóstico
O quadro clínico é decorrente da obstrução da passagem da urina secundária ao estreitamento, sendo representado pelo jato fino, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e urgência para urinar, sintomas semelhantes à hiperplasia prostática benigna (HPB).
Devemos desconfiar deste diagnóstico quando há algum fator de risco para estenose de uretra no histórico clínico do paciente ou quando, durante a investigação de HPB em paciente com sintomas miccionais severos, nos deparamos com uma próstata de tamanho normal.
O diagnóstico é confirmado através da uretrocistografia retrógrada e miccional (UCM), que basicamente é um exame de raio-X contrastado, onde se injeta contraste pela uretra do paciente. A radiografia é realizada durante a injeção do contraste (fase retrógrada) e durante a micção do contraste (fase miccional). Com este exame, conseguimos definir a localização da estenose, o seu grau de obstrução e o seu comprimento, orientando na definição do melhor tratamento.
Tratamento
Após o tratamento, o paciente necessita ficar sondado por um período mais prolongado, variando entre 2 a 4 – 6 semanas. As principais complicações relacionadas a este procedimento são a recorrência da estenose, encurtamento peniano, disfunção erétil e incontinência urinária. O seguimento pós-operatório é imprescindível com o urologista, sendo necessário realizar diversos exames periódicos de controle e, por vezes, calibração uretral periódica para evitar recorrência.